AUTOR
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JOÃO LUSTOSA DA CUNHA PARANAGUÁ/ MARQUÊS DE PARANAGUÁ
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ORIGEM
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MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS DA GUERRA
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DESTINO
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OFÍCIO CIRCULAR
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DATA
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03 de novembro de 1866
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REGIÕES DE INTERESSE
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BRASIL; TODAS AS PROVÍNCIAS BRASILEIRAS
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TEMA
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OBRIGATORIEDADE DE VACINAÇÃO DOS VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA / GUERRA DO
PARAGUAI
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RESUMO:
O Ministro da Guerra informa a
decisão do Imperador de mandar inspecionar e vacinar todos os soldados
Voluntários da Pátria antes de serem enviados para a Corte com o objetivo de
seguirem para o Teatro de Guerra.
Assinatura de João Lustosa de
Cunha Paranguá.
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TRANSCRIÇÃO
Rio de Janeiro Ministério dos Negócios da Guerra, 03 de
novembro de 1866.
Ilmo e Exmo
Snr
Sua Magestade O Imperador, Manda
recommendar a V. Exa a fiel observância dos Avisos Circulares de 19
d’Agosto e 13 de Setembro, tudo do anno próximo passado, determinando este, que
os Voluntarios, Guardas Nacionais e recrutas com destino ao Theatro da guerra,
sejão escrupulosamente inspecionados antes de seguirem para esta Côrte, e
aquelle que naõ embarquem sem que sejaõ vaccinados; assim o declaro a V. Exa
sua devida execução.
Deos Garde a VExa
João Lustosa de C.
Paranaguá
Sr. Presidente da Peovíncia do Piauhí.
JOÃO
LUSTOSA DA CUNHA PARANAGUÁ, 2° MARQUÊS DE PARANAGUÁ
Visconde com grandeza e marquês de Paranaguá. Nasceu
na Província do Piauí, a 21 de agosto de 1821, no município de Parnaguá
(fazenda "Brejo do Mocambo", na antiga freguesia de Nossa
Senhora do Livramento de Parnaguá). Filho do coronel José da Cunha Lustosa II e
de dona Ignácia Antônia dos Reis Lustosa, e neto do português José da Cunha
Lustosa I e da paulista Helena Camargo de Sousa. Eram seus irmãos o Barão de
Paraim (José da Cunha Lustosa) e o Barão de Santa Filomena (José Lustosa da
Cunha).
Formou-se pela Faculdade de Direito de Olinda em
1846, casou-se no ano seguinte com Maria Amanda Pinheiro de Vasconcelos, filha
do Visconde de Monserrate, com quem teve seis filhos.
Desde cedo ocupa o cargo de juiz, fazendo carreira
na magistratura até atingir a posição de conselheiro (atual desembargador), em
sua província natal, aposentando-se em 1878 com honras de Desembargador. Foi
deputado provincial em 1840, e deputado geral nas 8ª e 13ª legislaturas. Tendo
iniciado a vida política nas fileiras do Partido Conservador, tornou-se
posteriormente um dos líderes do Partido Liberal.
Exerceu a Presidência das Províncias do Maranhão
(1858 - 1859), de Pernambuco(1865 – 1866) e da Bahia (1881 – 1882); foi
Ministro da Justiça (10 de agosto de 1859 - 3 de março de 1861, e de 3 de
agosto de 1866 - 27 de outubro de 1866), Ministro da Guerra (7 de outubro de
1866 - 16 de julho de 1868), Ministro das Relações Exteriores (9 de dezembro de
1867 - 14 de abril de 1868, e de 6 de maio de 1885 - 20 de agosto de 1885),
Ministro da Marinha (9 de dezembro de 1879 - 24 de janeiro de 1880), Ministro
da Fazenda (3 de julho de 1882 - 24 de maio de 1883).
No Governo Parlamentar Brasileiro, foi
Primeiro-Ministro (3 de julho de 1882 — 24 de maio de 1883)
Como ministro da Fazenda reduziu a emissão de
papel-moeda e diminuiu os juros da dívida pública. Quando ocupou a Pasta da
Guerra o país estava mergulhado no conflito com o Paraguai.
Além das atividades políticas teve intensa vida
cultural, tendo presidido a "Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro"
e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, além de ter sido membro
efetivo e honorário de entidades similares.
Títulos
nobiliárquicos
Foi o segundo visconde (com grandeza, em 1882) e o
segundo marquês de Paranaguá. Grande do Império, veador de Sua Majestade a
Imperatriz, comendador da Ordem de São Gregório Magno, dentre outras.
Foi agraciado com o título de marquês em 1888. Com
a proclamação da República abandonou a atividade política.
Faleceu no Rio de Janeiro, 9 de fevereiro de 1912.
CIRCUNSTÂNCIAS - GUERRA DO PARAGUAI
Guerra do
Paraguai foi o último de quatro conflitos armados internacionais, na chamada
Questão do Prata, em que o Brasil lutou, no século XIX, pela supremacia
sul-americana, tendo o primeiro sido a Guerra da Cisplatina, o segundo a Guerra
do Prata, e o terceiro a Guerra do Uruguai. Estendeu-se de dezembro de 1864 a
março de 1870, sendo o maior conflito armado internacional ocorrido na América
do Sul. A guerra foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta
por Brasil, Argentina e Uruguai. A guerra É também chamada Guerra da Tríplice
Aliança (Guerra de la Triple Alianza), na Argentina e Uruguai, e de Guerra
Grande, no Paraguai.
O conflito
iniciou-se com a invasão da província brasileira de Mato Grosso pelo exército
do Paraguai, sob ordens do presidente Francisco Solano López. O ataque
paraguaio ocorreu após uma intervenção armada do Brasil no Uruguai(Guerra do
Uruguai), em 1863, que pôs fim à guerra civil uruguaia ao depor o presidente
Atanasio Aguirre, do Partido Blanco, e empossar seu rival colorado, Venancio
Flores. As forças paraguaias aprizionaram, em 11 de novembro de 1864, o vapor
brasileiro Marquês de Olinda, que transportava o presidente da província de
Mato Grosso, o qual suspeitavam que contivesse armas. Seis semanas depois, o
Paraguai invadiu o Mato Grosso.
O Brasil,
Argentina e Uruguai, aliados, derrotaram o Paraguai após mais de cinco anos de
lutas durante os quais o Brasil enviou em torno de 150 mil homens à guerra.
Cerca de 50 mil não voltaram. Argentina e Uruguai sofreram perdas
proporcionalmente pesadas — mais de 50% de suas tropas faleceram durante a
guerra — apesar de, em números absolutos, serem menos significativas. Já as
perdas humanas sofridas pelo Paraguai são calculadas em até 300 mil pessoas,
entre civis e militares, mortos em decorrência dos combates, das epidemias que
se alastraram durante a guerra e da fome.
A derrota
marcou uma reviravolta decisiva na história do Paraguai, tornando-o um dos
países mais atrasados da América do Sul, devido ao seu decréscimo populacional,
ocupação militar por quase dez anos, pagamento de pesada indenização de guerra.
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