AUTOR
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BARÃO DE LUCENA
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ORIGEM
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MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS DA AGRICULTURA, COMMERCIO E OBRAS PÚBLICAS
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DESTINO
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GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ
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DATA
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27 de maio de 1891
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REGIÕES DE INTERESSE
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BRASIL, TODOS OS ESTADOS
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TEMA
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INCENTIVO A IMIGRAÇÃO ITALIANA E ALEMÃ
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RESUMO:
Ofício circular incentivando os
governadores de estado a darem toda espécie de apoio aos escritórios brasileiros
na Itália e na Alemanha de incentivo a imigração.
Assina o Barão de Lucena, Henrique Pereira de Lucena. |
TRANSCRIÇÃO
1° página
Rio de Janeiro, 27 de Maio de 1891
Circular
Sr. Governador
No intuito
de promover a mais ampla propaganda em favor do Paiz deliberou o Governo
passado estabelecer no Reino da Itália, donde procede a maior corrente de immigrantes,
escriptórios de informações sob a direção geral do engenheiro Manoel Maria de
Carvalho, o qual bem comprehendendo os fins da sua comissão, montou nos mesmos
escriptórios, que se achão nas cidades de Milão e de Genova, constante
exposição de produtos nacionais, photographias, plantas, geographia, jornaes
&
Com igual
fim acabo de mandar estabelecer serviço idêntico no Império Allemão sob a
administração do engenheiro Felippe de Figueirôa Faria.
2° página
Para que,
porém, os referidos escriptórios possão offerecer aos interessados a maior
somma de informações uteis, convém que todos os estados coparticipantes nas
vantagens da immigração, forneção o seu contingente satisfazendo com diligencia
as requisições que forem feitas por aquelles commissarios, em tudo quanto possa
aproveitar á propaganda na parte que cada um couber.
Assim
communicando-vos os esforços que faz o Governo Federal para desenvolver a
immigração, espero que da vossa parte fareis quanto estiver a vosso alcance
para que os escriptorios de informações sejão regularmente enriquecidos com os
elementos que lhes enviareis
3° página
sobre esse Estado, attendendo com solicitude as requisições
que vos forem dirigidas pelos mencionados commissarios
B. de Lucena
BARÃO DE LUCENA
Henrique Pereira de Lucena
nasceu a 27 de maio de 1835 em Bom Jardim. Filho do coronel Henrique Pereira de
Lucena, um dos heróis da Revolução Praieira, estudou Humanidades no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, de 1846 a 1853, recebendo
o diploma de bacharel em Letras; formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito do Recife
em 1858.
Começou sua carreira como delegado
no Recife.
Foi presidente
das províncias de Pernambuco (1872-1875 e 1890), Bahia (1877-1878), Rio Grande do Norte (1872) e Rio Grande do
Sul (1885-1876); ministro de Estado (Agricultura, Commercio e Obras Públicas;
Justiça e Fazenda 1891); desembargador; juiz do Supremo Tribunal Federal; deputado eleito
por mais de uma legislatura e Maçom proeminente, tendo a honra de ser
presidente da Câmara dos Deputados que
discutiu, votou e aprovou a Lei Áurea,
de 13 de maio
de 1888.
Entre as suas obras podem ser
destacadas: a reforma do Farol de Olinda e do Campo das Princesas, atual
Praça da República, onde se localiza o Palácio do Governo; a construção do Mercado de São José; a conclusão das obras do Teatro de Santa Isabel, que havia sido
destruído por um incêndio, em 1869; a construção e conservação de estradas no
interior do estado; a construção de açudes, pontes; o calçamento e alargamento
de ruas; o lançamento da pedra fundamental do Hospício da Tamarineira, ainda hoje em
funcionamento.
Preocupado com os serviços de
comunicação, implantou um sistema de telégrafo submarino entre o Recife e a
Europa, o Rio de Janeiro, a Bahia e o Pará.
Criou a Escola Normal para
expandir o ensino para mulheres, estabelecimento educacional que viria a
competir com o conceituado Ginásio Pernambucano.
Contratou vários engenheiros e
geólogos europeus para realizar estudos detalhados de mineralogia e geologia no
interior e na área do porto do Recife, visando seu melhoramento.
Traçou uma política de
incentivo e apoio para a modernização do parque açucareiro de Pernambuco.
Como juiz, criou a Comarca de
Vila Bela, atual Serra Talhada, e se preocupou com a organização
judiciária de Pernambuco.
Convidado pelo então
presidente da República, Deodoro da Fonseca, participou do seu
ministério até quando este entregou o poder ao vice-presidente Floriano
Peixoto.
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