sábado, 6 de julho de 2013

ENVIO DE VOLUNTÁRIOS DA PROVÍNCIA DO PIAUÍ (1868)

AUTOR
JOÃO LUSTOSA DA CUNHA / MARQUÊS DE PARANAGUÁ
ORIGEM
MINISTÉRIO DA GUERRA
DESTINO
PRESIDENTE DA PROVÍNCIA DO PIAUÍ
DATA
16 de março de 1868
REGIÕES DE INTERESSE
BRASIL, RIO DE JANEIRO (CORTE) E PROVÍNCIA DO PIAUÍ
TEMA
VOLUNTÁRIOS / GUERRA DO PARAGUAI
RESUMO:

              Ofício enviado ao Presidentes da Província do Piauí acusando o recebimento de ofício informando o embarque de Voluntários da Pátria.






TRANSCRIÇÃO

Rio de Janeiro Minsterio dos Negçios da Guerra em 16 de março de 1868
                                                                           Ilmo. e Emo. Snr.

Accuso o recebimento do officio que V. Exa me dirigio em data de 5 do mês próximo passado sob n° 25, e fico sciente de ter V Exa feito seguir naquella data para a Província do Maranhaõ com destino a esta Corte um Contingente de Guardas Nacionaes designados Voluntarios da Patria, recrutas e Voluntarios do Exercito, constantes da relação por V. Exa enviada, sob o Comando do Alferes da Guarda Nacional Miguel Carlos de Carvalho Castello Branco.
        
Deos Guarde a V Exa.
João Lustosa de Ca. Paranaguá


Sñr Presidente da Provincia de Piauhy.


CONJUNTURA (GUERRA DO PARAGUAI)
Guerra do Paraguai foi o último de quatro conflitos armados internacionais, na chamada Questão do Prata, em que o Brasil lutou, no século XIX, pela supremacia sul-americana (o primeiro foi a Guerra da Cisplatina, o segundo a Guerra do Prat, e o terceiro a Guerra do Uruguai). A Guerra do Paraguai estendeu-se de dezembro de 1864 a março de 1870, sendo o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul. A guerra foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta por Brasil, Argentina e Uruguai. A guerra É também chamada Guerra da Tríplice Aliança (Guerra de la Triple Alianza), na Argentina e Uruguai, e de Guerra Grande, no Paraguai.
O conflito iniciou-se com a invasão da província brasileira de Mato Grosso pelo exército do Paraguai, sob ordens do presidente Francisco Solano López. O ataque paraguaio ocorreu após uma intervenção armada do Brasil no Uruguai (Guerra do Uruguai), em 1863, que pôs fim à guerra civil uruguaia ao depor o presidente Atanasio Aguirre, do Partido Blanco, e empossar seu rival colorado, Venâncio Flores. As forças paraguaias aprisionaram, em 11 de novembro de 1864, o vapor brasileiro Marquês de Olinda, que transportava o presidente da província de Mato Grosso, no qual suspeitavam que transportasse armas. Seis semanas depois, o Paraguai invadiu o Mato Grosso.
O Brasil, Argentina e Uruguai, aliados, derrotaram o Paraguai após mais de cinco anos de lutas durante os quais o Brasil enviou em torno de 150 mil homens à guerra. Cerca de 50 mil não voltaram. Argentina e Uruguai sofreram perdas proporcionalmente pesadas — mais de 50% de suas tropas faleceram durante a guerra — apesar de, em números absolutos, serem menos significativas. Já as perdas humanas sofridas pelo Paraguai são calculadas em até 300 mil pessoas, entre civis e militares, mortos em decorrência dos combates, das epidemias que se alastraram durante a guerra e da fome.
A derrota marcou uma reviravolta decisiva na história do Paraguai, tornando-o um dos países mais atrasados da América do Sul, devido ao seu decréscimo populacional, ocupação militar por quase dez anos, pagamento de pesada indenização de guerra.



JOÃO LUSTOSA DA CUNHA PARANAGUÁ, 2° MARQUÊS DE PARANAGUÁ
Visconde com grandeza e marquês de Paranaguá. Nasceu na Província do Piauí, a 21 de agosto de 1821, no município de Parnaguá (fazenda "Brejo do Mocambo", na antiga freguesia de Nossa Senhora do Livramento de Parnaguá). Filho do coronel José da Cunha Lustosa II e de dona Ignácia Antônia dos Reis Lustosa, e neto do português José da Cunha Lustosa I e da paulista Helena Camargo de Sousa. Eram seus irmãos o Barão de Paraim (José da Cunha Lustosa) e o Barão de Santa Filomena (José Lustosa da Cunha).
Formou-se pela Faculdade de Direito de Olinda em 1846, casou-se no ano seguinte com Maria Amanda Pinheiro de Vasconcelos, filha do Visconde de Monserrate, com quem teve seis filhos.
Desde cedo ocupa o cargo de juiz, fazendo carreira na magistratura até atingir a posição de conselheiro (atual desembargador), em sua província natal, aposentando-se em 1878 com honras de Desembargador. Foi deputado provincial em 1840, e deputado geral nas 8ª e 13ª legislaturas. Tendo iniciado a vida política nas fileiras do Partido Conservador, tornou-se posteriormente um dos líderes do Partido Liberal.
Exerceu a Presidência das Províncias do Maranhão (1858 - 1859), de Pernambuco(1865 – 1866) e da Bahia (1881 – 1882); foi Ministro da Justiça (10 de agosto de 1859 - 3 de março de 1861, e de 3 de agosto de 1866 - 27 de outubro de 1866), Ministro da Guerra (7 de outubro de 1866 - 16 de julho de 1868), Ministro das Relações Exteriores (9 de dezembro de 1867 - 14 de abril de 1868, e de 6 de maio de 1885 - 20 de agosto de 1885), Ministro da Marinha (9 de dezembro de 1879 - 24 de janeiro de 1880), Ministro da Fazenda (3 de julho de 1882 - 24 de maio de 1883).
No Governo Parlamentar Brasileiro, foi Primeiro-Ministro (3 de julho de 1882 — 24 de maio de 1883)
Como ministro da Fazenda reduziu a emissão de papel-moeda e diminuiu os juros da dívida pública. Quando ocupou a Pasta da Guerra o país estava mergulhado no conflito com o Paraguai.
Além das atividades políticas teve intensa vida cultural, tendo presidido a "Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro" e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, além de ter sido membro efetivo e honorário de entidades similares.
Títulos nobiliárquicos
Foi o segundo visconde (com grandeza, em 1882) e o segundo marquês de Paranaguá. Grande do Império, veador de Sua Majestade a Imperatriz, comendador da Ordem de São Gregório Magno, dentre outras.
Foi agraciado com o título de marquês em 1888. Com a proclamação da República abandonou a atividade política.
Faleceu no Rio de Janeiro, 9 de fevereiro de 1912.

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